12/12/2024

Educação Financeira: o que é e por que é tão importante?

Com toda a certeza, falamos muito aqui sobre educação financeira. Isso acontece porque acreditamos nela como uma chave para melhorar a vida das pessoas. Neste artigo, vamos dar dicas para melhorar suas finanças pessoais. Confira!

Nos últimos anos, o assunto de fato cresceu muito no Brasil. Uma chuva de canais no YouTube, influenciadores e novos blogs, por exemplo, ajudou a disseminar conteúdos sobre o assunto. 

Além disso, o surgimento das fintechs deu mais autonomia para as pessoas sobre suas finanças. Assim, elas começaram a se questionar mais sobre suas opções. 

Mas você sabe mesmo o que a educação financeira no Brasil significa e por que ela é tão importante? É sobre isso que falaremos hoje. 

O que é educação financeira? 

Educação financeira, em resumo, é aprender a utilizar o seu dinheiro de forma inteligente, tendo domínio sobre ele.
Ela passa desde a parte de se tornar consciente sobre a sua situação financeira e cada ação que você toma com o seu dinheiro, até o passo de investir e otimizar seus ganhos. 

Conforme a Estratégias Nacional de Educação Financeira (ENEF) define educação financeira: 

“Trata-se do processo no qual os indivíduos melhoram a sua compreensão em relação ao dinheiro e produtos com informação, formação e orientação. Nesse sentido, geram-se os valores e as competências necessárias para se tornarem mais conscientes das oportunidades e riscos envolvidos. Para assim poderem fazer escolhas bem informadas.” 

Infelizmente, o Brasil ainda é um dos países com mais pessoas endividadas do mundo (cerca de 40% dos adultos). E isso tem muito a ver com a nossa cultura. Ainda associamos o dinheiro a algo que só é conquistado com muita dificuldade. E convenhamos, a nossa situação econômica de fato não ajuda muito.

Mas o pior fator, na verdade, é a falta de conhecimento das pessoas sobre educação financeira. Em muitos outros países, isso é discutido nas escolas, desde a infância. Por sorte, em 2020, o Ministério da Educação tornou obrigatório o ensino sobre educação financeira. Dessa forma, o tema passou a fazer parte das novas diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

É provável que esse seja o primeiro passo para uma grande transformação na nossa sociedade e merece ser comemorado.
Como ter uma boa educação financeira? 

Agora que você entendeu melhor qual a importância da educação financeira, é provável que tenha surgido a dúvida: como começar? Bom, assim como tudo na vida, o primeiro passo para se educar financeiramente é querer. 

Em outras palavras, você precisa de foco e determinação se quiser realmente mudar o seu comportamento em relação ao dinheiro. Afinal de contas, mudar comportamentos não é uma tarefa simples. Ou seja, dependendo do seu nível de desorganização financeira hoje, vai levar algum esforço até você entrar nos trilhos. 

Para que você se motive, recomendo que pare para avaliar algumas coisas: 

   Em primeiro lugar, você tem controle das suas finanças?
   Você gasta dinheiro com coisas desnecessárias e que não te trazem felicidade, por puro impulso?
   Você possui dívidas, por exemplo? Por que elas existem?
   Além disso, que tipo de sonho você tem e não consegue realizar por conta da sua desorganização financeira?
   Onde você quer estar daqui 10 ou 20 anos? Você conseguirá chegar lá agindo como age hoje? 

Ler algumas séries e livros sobre dinheiro também pode te ajudar a imergir nesse universo de reflexão.
Depois que você já estiver bem inteirado sobre o tema e decidido a mudar sua relação com o dinheiro, é hora de colocar a mão na massa.

Exemplos de educação financeira 

Existem alguns passos que, quando bem feitos, podem te ajudar a criar uma relação sólida com o dinheiro. Por isso, vou te mostrar alguns deles! 

Educação financeira para iniciantes 

Em primeiro lugar, a educação financeira pessoal começa por um levantamento sobre todo o dinheiro que você recebe mensalmente. Caso você tenha mais de uma fonte de renda, por exemplo, anote tudo no caderno. Além disso, considere também os meses que você ganha mais, caso isso ocorra.
Por exemplo: décimo terceiro no final do ano ou meses de maiores vendas, caso você seja empreendedor.
Logo depois, anote todos os seus gastos fixos (alimentação, aluguel, prestação do carro, etc.). Em seguida, estime valores para gastos extras (saúde, beleza, lazer, etc.).
Considere também as dívidas, caso você tenha. Estude a melhor forma de quitá-las e, desse modo, renegocie com o banco. Inclua as parcelas de quitação aos gastos fixos do seu orçamento mensal. 

De olho no orçamento 

Além dos gastos fixos e extras, você precisa definir um valor para poupar todo mês.
Nesse sentido, pense quais objetivos você tem para os próximos anos e para a sua aposentadoria e defina valores e prazos para eles. Caso todos esses valores juntos forem maiores que o seu ganho mensal, é hora de passar um pente fino. Analise com cuidado cada despesa e veja onde você consegue diminuir.
Faça de tudo para que o valor de investimento em si próprio, aquele que você vai poupar, não precise ser reduzido.
Se mesmo depois desse pente fino você ainda não conseguir fechar as contas, então pense em uma renda extra. Ou seja, algo que você pode fazer para chegar no valor necessário.
Com o orçamento fechado e definido, siga à risca e monte uma reserva de emergência. Ela deve ser suficiente para cobrir todos os seus gastos mensais por, ao menos, 6 meses. 

O último estágio (que também pode ser considerado só o começo da jornada), é começar a investir. Mas não se esqueça de fazer o teste de perfil do investidor e estudar bem sobre cada ativo. Afinal, educação financeira é também para tomar boas decisões nos investimentos. 

Dicas de educação financeira 

Algumas coisas sem dúvida podem facilitar a sua jornada rumo a uma cultura de educação financeira consolidada.
O primeiro deles é criar algumas metas mais curtas e se presentear. Isso faz com que você esteja sempre motivado a atingir o próximo passo.
Outra é incentivar o seu parceiro ou parceira a também aprender a lidar com as finanças. Juntos, vocês conseguem dar apoio e motivar um ao outro. Além disso: anote tudo. Cada gasto, por menor que seja, pode fazer a diferença no final do mês. E você só vai saber para onde o dinheiro está indo se tiver tudo anotado. E por último mas não menos importante: seja precavido e pense no longo prazo. Jamais fique sem uma reserva financeira, afinal, nunca se sabe quando imprevistos podem acontecer.
A aposentadoria é um dos fatores mais importantes da educação financeira. Nunca é cedo para começar a planejá-la. Por isso, poupe todos os meses e invista bem o seu dinheiro. 

Curso de educação financeira 

Além de conferir nossas matérias aqui no blog do Grão e ler livros de educação financeira e investimentos, que tal fazer um curso? Algumas boas opções de cursos de educação financeira que podem te ajudar a de fato mudar de vida. Muitas instituições respeitadas oferecem opções que vão desde os temas mais básicos, até os mais avançados.
Também tem cursos grátis e outros que necessitam de um investimento. Enfim, não tem desculpa para não encontrar um que se adapte ao que você precisa! Dá só uma olhada: 

B3 Educação 

A B3 é a Bolsa de Valores brasileira. Ela oferece uma série de cursos, tanto presenciais quanto online.
E os assuntos são variados: finanças pessoais, mercado financeiro, como investir e como melhorar seus investimentos.
Tem também cursos voltados para o público feminino, ajudando mulheres a se empoderarem e assumirem suas finanças e investimentos.
Você pode conferir todas as opções no site deles. 

FGV 

A Fundação Getúlio Vargas é uma das mais conceituadas do país e também oferece ótimos cursos de educação financeira. Dá só uma olhada em algum deles:
 Fundamentos de Finanças: o curso proporciona uma visão básica de finanças. Aborda os objetivos e a estruturação da administração financeira, além de como são tomadas as decisões financeiras ótimas. Duração: 5h. 

  Como organizar o orçamento familiar: o curso apresenta o conhecimento necessário para o planejamento da sua vida financeira. E também como fazer a organização do seu orçamento para enfrentar cenários de crise. Duração: 12h. 

  Como Gastar Conscientemente: o curso fala a importância sobre o consumo consciente do dinheiro para conquistar objetivos. Duração: 8h. 

  Cálculo financeiro básico para administração financeira: o curso explica o valor do dinheiro no tempo e discorre sobre a relação entre uma unidade monetária hoje e essa unidade monetária no futuro. Duração: 5h 

  Apresentação do Sistema Tributário Nacional: o curso apresenta a estrutura desse sistema e seus principais elementos, bem como as cinco espécies tributárias e os princípios e as limitações do poder de tributar. Duração: 5h. 

Banco Central 

O Banco Central brasileiro também oferece alguns cursos interessantes. Trouxe aqui dois exemplos:
Gestão de Finanças Pessoais: o curso traz conceitos básicos de gestão de finanças pessoais e te ajuda a refletir sobre temas cotidianos das pessoas de forma criativa. Duração: 20h. 

Formação de Multiplicadores da Série “Eu e Meu Dinheiro”: o curso tem como propósito sensibilizar sobre finanças pessoais e capacitá-los a conduzir grupos de discussão sobre o tema. Em cada episódio da série, é apresentado um vídeo de perguntas para reflexão, um debate de especialistas sobre os temas abordados e um guia para apresentação e discussão em grupo. Duração: 10h. 

Anbima 

A Anbima é a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais.
Seus cursos são voltados para quem já tem alguma noção sobre investimentos e quer se aprimorar. Confira algumas opções: 

ETF no Mercado Brasileiro: o curso explica as principais características dos fundos ETF no Brasil. Como funcionam, quais são os atrativos e como é a tributação. Duração: 5h. 

Fundos de Investimento no Exterior: o curso mostra o mercado internacional de capitais. Ensina como investir através dos fundos, quais seus benefícios, seus custos e seus riscos. Duração: 10h. 

Gestão de Carteiras e de Riscos Financeiros: o curso mostra, em geral, os principais conceitos da gestão de carteiras de investimento. Duração: 9h.

Mercado de Renda Fixa: o curso apresenta os instrumentos e as operações de títulos públicos e privados em Renda Fixa. Também propõe uma discussão sobre a gestão dos riscos e estratégias de operações. Duração: 18h. 

Mercado financeiro de A a Z: o curso traz um dicionário para se familiarizar com os conceitos e produtos. Duração: 5h. 

Por dentro dos Índices de Renda Fixa: o curso te ajuda a compreender os índices que refletem o comportamento dos títulos privados da Renda Fixa, especificamente debêntures e a a família IDA. Duração: 5h. 

CVM 

A CVM é a Comissão de Valores Mobiliários do Brasil. Também é focada em investimentos, em especial no mercado de capitais, as famosas ações de empresas. O site do órgão oferece uma série de cursos gratuitos que vão desde matemática financeira básica e educação financeira para jovens até poupança e investimento.
Confira todos os cursos de educação financeira da CVM através do link  http://cursos.cvm.gov.br/

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