- O crescente déficit da Previdência Social é um dos problemas mais graves a ser equacionado pelo atual governo, com repercussões relevantes para as próximas administrações. O alargamento da faixa etária dos mais idosos, se por um lado é um sinal positivo de avanço na melhoria da condição de vida, por outro requer fontes de recursos financeiros cada vez mais elevadas para viabilizar as pensões e demais benefícios.

Se mantida a atual estrutura, são sérios os riscos, em um futuro não muito distante, de ocorrerem atrasos e até impossibilidade de atender a todos os aposentados. Neste contexto, a ampliação da idade mínima para concessão das é uma medida de caráter inevitável. Porém, as recentes propostas ventiladas para a implantação desta medida não consideram o cenário atual das dificuldades do mercado de trabalho. Além do desemprego alto, deve ser ponderada a inaceitável aversão crônica do empresariado nacional em admitir colaboradores com idades mais avançadas.

No Brasil, o empregado acima de 40 anos já começa a ser considerado "velho". A partir dos 50 anos fica muito difícil a sua admissão e após os 60 anos é raro obter algum sucesso. Nos países desenvolvidos não se visualiza uma restrição tão significativa e o prolongamento da vida profissional fica mais facilitado. Assim sendo, é necessário adotar medidas de incentivos para as empresas empregarem funcionários mais experientes.

Além de alguns benefícios fiscais, a oferta de cursos de atualização profissional seria extremamente importante. O empresariado, através do Senai e do Sesi, poderia exercer um papel relevante. Trata-se de um verdadeiro desperdício o não aproveitamento de uma mão de obra experiente e ávida para continuar colaborando com o desenvolvimento econômico e social do País. 

(Paulo Sérgio Xavier Dias da Silva - Panorama Brasil)