População com mais de 65 aumenta 26% em 6 anos
A população brasileira com 65 anos ou mais cresceu 26% de 2012 a 2018
A população brasileira com 65 anos ou mais cresceu 26% de 2012 a 2018, ao passo que a população de até 13 anos recuou 6%, mostram dados da pesquisa "Características Gerais dos Domicílios e dos Moradores 2018", divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A população residente no Brasil no ano passado foi estimada em 207,8 milhões de pessoas, 5,1% a mais do que em 2012. As pessoas com 65 anos ou mais de idade representavam 10,5% desse total, o correspondente a 21,9 milhões de pessoas. A parcela de crianças era 18,6% do total, o equivalente a 38,6 milhões de pessoas.
Segundo Adriana Beringuy, pesquisadora do IBGE, apesar de o contingente de crianças permanecer muito superior ao de idosos, o envelhecimento da população reforça a necessidade de políticas voltadas aos idosos. "É preciso observar se o Estado e a sociedade estão se preparando", disse a pesquisadora. O mudança do perfil demográfico também reforça a importância da reforma da Previdência. Com o declínio da população em idade ativa, a tendência é de menor número de contribuintes para sustentar os benefícios dos aposentados. "Você vai precisar aumentar a produtividade desses jovens para compensar isso", acrescentou ela.
A pesquisa do IBGE mostrou ainda que o número de brasileiros que se declararam pretos aumentou 32,2% entre 2012 e 2018, para 19,2 milhões de pessoas. Esse aumento representou um acréscimo de 4,7 milhões de pessoas, no período, que se declararam dessa forma. Esse avanço foi muito superior aos de outras classificações no período. A população brasileira que se declara parda subiu 8% entre 2012 e 2018, para 96,7 milhões. Já a população que se autodenomina branca caiu 2,7% no período, para 89,7 milhões. Na comparação de 2018 com 2017, o mesmo fenômeno se repete.
Para Maria Lucia Vieira, economista do instituto, o avanço pode estar relacionado à política de autoafirmação da população preta no país. Pessoas que, no passado, se declaravam como brancas ou pardas agora se reconhecem como de outra cor. "Mas não sabemos até que ponto isso [o resultado] pode estar ligado a essa política de autoafirmação" disse, frisando que o IBGE, quando faz a pesquisa, apenas pergunta a pessoa em qual classificação ela se define. Outra mudança em curso identificada pela pesquisa tem a ver com o papel das mulheres nos domicílios do país. Nos últimos seis anos, 9 milhões de mulheres passaram a exercer a função de "chefe de família". No mesmo período, 661 mil homens perderam essa função.
As mulheres apontadas como pessoa de referência na família representavam 45% dos domicílios, oito pontos percentuais a mais do que o verificado em 2012, início da série histórica da pesquisa do IBGE. A pesquisa permite uma interpretação subjetiva do termo "pessoa de referência". Nas entrevistas, os agentes do IBGE não deixam explícito se essa pessoa de referência é necessariamente a pessoa que assume a maior parte das despesas.
(Valor Online)