27/02/2018

pesquisa sobre performance do PGBL/VGBL em 2017

Cerca de 61% desses fundos renderam acima do CDI.

A Prevue Consultoria realizou uma pesquisa inédita no Brasil sobre os planos PGBL/VGBL. A base analisada tem 8.700 planos de previdência do mercado e mais de 1.200 fundos de investimentos atrelados a estes produtos. Segundo a pesquisa a média de rentabilidade no ano passado foi de 11,3%, o que representou o IPCA +8,1% ou 113% do CDI. Esses fundos de investimentos terminaram o ano com um patrimônio total de R$ 713 bilhões, distribuídos em modalidades de renda fixa, multimercados, balanceados e data-alvo. Mais de 90% do patrimônio desses fundos está concentrado em renda fixa.  Atualmente existem mais de 1.100 PGBL/VGBL disponíveis no mercado para serem contratados por pessoas físicas. A esses planos estão associados mais de 300 fundos de investimentos, cujo patrimônio somado atinge R$ 511 bilhões.

Segundo Geraldo Magela, diretor da Prevue, as seguradoras ligadas a bancos possuem mais de 95% do patrimônio líquido dos fundos de previdência do mercado, que correspondem a 68% da quantidade total de fundos. Ele destaca outro ponto: “uma diferença interessante entre os fundos do mercado de Previdência é que os mais rentáveis são, em média, 4 anos e 3 meses mais jovens que os menos rentáveis”. Ou seja, os fundos criados recentemente são, na média, mais rentáveis que os antigos.

Algumas informações interessantes obtidas pela Prevue:

- Apenas 49,7% renderam acima do CDI em 24 meses;
- No acumulado em 2016 e 2017, na média, o rendimento foi de 29,6%, o que representou 116,2% do CDI;
- Houve uma recuperação razoável nesses 2 últimos anos, pois a média dos últimos 36 meses foi de 40,5%, ou seja, 96,3% do CDI;
- A rentabilidade média dos melhores PGBL/VGBL de 2017 foi de 17,8%, representando IPCA + 14,4% ou 179% do CDI;

Na contramão, a rentabilidade média dos PIORES PGBL/VGBL de 2017 foi de 7,2%, representando 72% do CDI. Apesar disso, acabaram ganhando da inflação (IPCA + 4,1%) e da poupança, que rendeu 6,93%. A média da Taxa de Administração desses fundos foi de 2,2% ao ano e esses fundos tiveram R$4,1 bi somados em captação líquida negativa. O patrimônio total desses fundos em 31/12/2017 foi de R$ 43,8 bilhões;

A pesquisa também analisou os carregamentos que incidem sobre os recursos aportados ou retirados dos planos e constatou que, em relação àqueles que estado sendo atualmente comercializados a grande maioria – 81% – está cobrando carregamentos na saída (em casos de resgate ou portabilidade), mas há um número razoável de planos – 32% – que cobram na entrada (ou seja, assim que as contribuições são realizadas) e outros 13% que cobram simultaneamente na entrada e na saída dos recursos. Magela chama atenção para o fato que “os carregamentos somados podem chegar a 10% dos aportes. Por isso é fundamental observar essa condição no momento da contratação”.

Curiosidades: Melhores vs Piores fundos do mercado

- A bolsa foi a principal responsável pela performance dos melhores fundos de 2017, cuja composição da carteira tinha um percentual razoável em ações de empresas;
- Entre os menos rentáveis, a maior prevalência foi dos fundos de renda fixa e de alguns fundos com menor percentual da carteira em ações;
- O desempenho dos piores fundos se deu não apenas pela concentração em determinados ativos de renda fixa, mas também devido às altas taxas de administração cobradas desses fundos, corroendo sua rentabilidade.

Quanto à captação, a Prevue aponta:

- Os fundos que tiveram as maiores captações líquidas do mercado (totalizando mais de R$ 75 bi) renderam cerca de 107% do CDI;
- Os fundos que tiveram as captações líquidas mais negativas do mercado (cerca de R$ 35 bi somadas), tiveram rentabilidade de 92,6% do CDI;
- A fuga de captação dos piores significa que houve uma quantidade expressiva de resgates ou de migração dos recursos para outros produtos mais rentáveis;

Na média, os fundos que captaram mais recursos apresentaram rentabilidades maiores do que os fundos que perderam mais recursos.

Taxas de Administração do Mercado (Evolução)

Ao longo do tempo, as Taxas de Administração apresentaram uma queda superior a 1%, ou seja, fundos criados mais recentemente, em média, possuem Taxas de Administração menores que os fundos criados no início da era dos PGBL/VGBL; Para os fundos iniciados em 1998, a Taxa de Administração média é de 2,21% a.a. (15 fundos ainda ativos). Já nos fundos criados em 2017, a Taxa de Administração média é de 0,84% a.a. (135 fundos ativos).

O diretor da Prevue também faz um alerta: “estar na melhor Seguradora não é necessariamente sinônimo de ter o melhor Fundo, pois a rentabilidade pode variar dentro da própria Seguradora. Muitas delas têm fundos com perfil para todos os gostos e condições financeiras, como aportes/portabilidade e contribuições mensais. Como em qualquer mercado, há excelentes produtos para contratação e também outros ruins. Os PGBL/VGBL são excelentes instrumentos para a aposentadoria e para se investir, mas é necessário que cada pessoa esteja sempre atenta ao mercado, analisando sistematicamente as opções disponíveis e comparando-as com o seu plano atual. Se encontrar algo melhor e mais adequado aos seus objetivos, ela deveria realizar a portabilidade dos seus recursos”. 

(Segs)

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