09/02/2017

Oportunidades para o Brasil

As crises, por mais doloridas que sejam, abrem oportunidades

As crises, por mais doloridas que sejam, abrem oportunidades. As dificuldades econômicas do Brasil são idênticas às de muitos países, que também buscam saídas para o equilíbrio financeiro. O encontro do presidente Michel Temer com o colega argentino, Mauricio Macri, na terça-feira, mostrou que ambos estão afinados no intuito de construir soluções para os problemas locais. Entre elas estão o fortalecimento do Mercosul e a busca de acordos bilaterais com países que formavam a Aliança Transpacífico.

Entre os primeiros atos do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está a exclusão norte-americana do Acordo de Parceria Econômica Estratégica Transpacífico, que congregava 12 países e, juntos, representavam 40% do PIB mundial. A decisão de Trump fragilizou o tratado firmado pelo então presidente Barack Obama e frustrou as expectativas do México, do Chile, do Peru e da Colômbia. Em compensação, abriu a possibilidade de maior aproximação dos latinos e de impulsão do acordo do Mercosul com a União Europeia, que se arrasta há cerca de 18 anos.

Como a oitava economia do mundo, o Brasil tem participação pífia no mercado comercial global, estimada em cerca de 1%. A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) projeta que, neste ano, as exportações somarão US$ 197,360 bilhões, o que representaria aumento de 7,2% na comparação com 2016. Nessa conta pesam as vendas de soja em grãos, minério de ferro e petróleo, embora o país tenha muitos outros produtos que poderiam melhorar a performance brasileira nas transações com outras nações.

O retrocesso do Tratado Transpacífico, a disposição de Trump de fazer o mesmo com o Acordo do Livre Comércio da América do Norte (Nafta), dentro de uma política protecionista, são estímulos para o Brasil, bem como para a Argentina, segunda maior economia latina e o terceiro mercado consumidor dos produtos brasileiros, para alargar espaços comerciais com outras nações.

Para isso, é preciso investir em negociações, buscar parceiros e reduzir o custo Brasil. Hoje, não só o câmbio, mas também a burocracia, os encargos sociais e outras despesas elevam o preço dos produtos e comprometem a competitividade em diferentes mercados. As reformas defendidas pelo governo federal se colocam, na visão dos empresários, como essenciais para alavancar os negócios dentro e fora do país.

Ante a crise econômica que, há três anos, afunda o país em grave recessão e aponta para um déficit fiscal de quase R$ 140 bilhões para este ano, com sérios danos às políticas e projetos sociais, o Brasil não tem tempo a perder. Com o cacife de maior economia sul-americana, reúne condições para aproveitar, com vantagens, as brechas que estão abertas e, sobretudo, pela inversão de prioridades e as hostilidades que os norte-americanos vêm angariando na gestão Trump.  

(Portal Uai)

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