O que se sabe sobre o impacto da variante Ômicron na eficácia das vacinas
Saiba o que apontam os resultados dos principais estudos desenvolvidos até o momento.
Diante do surgimento de uma nova variante do SARS-CoV-2, vírus causador da Covid-19, o impacto para a eficácia das vacinas é uma das primeiras perguntas feitas pelos cientistas.
Para responder se os imunizantes desenvolvidos contra a Covid-19 ainda serão capazes de evitar o agravamento da doença, hospitalizações e mortes, pesquisadores se mobilizam rapidamente para a realização de estudos assim que são confirmados os primeiros casos de uma nova linhagem.
Até o momento, o que se sabe é que as vacinas são capazes de proteger o organismo dos impactos mais nocivos da infecção pela variante Ômicron.
Os estudos estão em andamento e, de forma contínua, fornecem novas informações sobre a capacidade de neutralização da resposta imunológica induzida pelas vacinas no enfrentamento da variante.
Entenda como funcionam os testes de eficácia contra uma nova variante e os principais resultados encontrados até o momento. Fabricantes da Pfizer, Coronavac e Janssen já emitiram comunicados sobre a Ômicron. A Universidade de Oxford e a AstraZeneca não disponibilizaram informações sobre estudos em andamento.
Como são feitos os testes?
O estudo da neutralização de anticorpos é um dos principais métodos utilizados para avaliar o impacto de uma variante na eficácia de uma vacina contra a Covid-19.
As análises são realizadas in vitro, termo técnico que indica os ensaios realizados em ambiente controlado de laboratório.
Nos testes, os pesquisadores verificam a capacidade que os anticorpos de pessoas vacinadas têm de neutralizar a variante Ômicron. Para medir esse impacto, eles utilizam amostras do plasma sanguíneo dos indivíduos imunizados, onde podem ser encontrados os anticorpos, e amostras do novo coronavírus ou fragmentos das principais estruturas de ligação do vírus com as células humanas, como a proteína Spike.
Os resultados identificados são comparados com a capacidade de neutralização dos anticorpos contra linhagens do vírus que circulavam no início da pandemia e não apresentam tantas mutações.
Segundo o virologista José Eduardo Levi, da Universidade de São Paulo (USP), além dos testes de laboratório, os dados clínicos também podem ajudar a esclarecer se as vacinas existentes estão perdendo a eficácia contra a variante.
Enquanto os imunizantes continuam sendo amplamente aplicados na população, os pesquisadores podem avaliar se a resposta vacinal tem sido positiva a partir de estudos observacionais.
Considerando os locais onde as vacinas têm sido disponibilizadas, os cientistas podem traçar um comparativo com o número de infecções, de hospitalizações e de mortes, com o objetivo de avaliar se as pessoas vacinadas estão entre os casos mais graves ou entre os óbitos registrados.
(CNN)