31/08/2016

Nova aposentadoria terá 15 anos para transição

Segurados que estão próximos de completar os requisitos para se aposentar precisarão pagar um pedágio

O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou, na segunda-feira (22), que trabalha com a expectativa de criar uma regra de transição de 15 anos para a reforma da Previdência Social. “Nesse período de transição, que em princípio é de 15 anos, temos de ver com que fonte vamos financiar a vida com dignidade de nossos idosos”, disse.

Na entrevista à Rádio Estadão, Padilha informou ainda  que a idade mínima deverá ser, mesmo, de  65 anos. “O presidente (Michel Temer) pediu para que se fizesse uma transição mais suave para mulheres e para professores. Para os demais nós pensamos em um corte na faixa dos 50 anos e fazer uma transição de 15 anos para chegar nos 65. Portanto, nós vamos ter durante 15 anos todas aquelas pessoas que estiverem hoje no mercado de trabalho. ”

Os segurados nessas condições terão de trabalhar um período extra, chamado de pedágio. “Elas terão que ter o tempo que faltaria para sua aposentadoria pelas regras atuais, mais um pedágio entre 40% e 50%. Vamos admitir que faltasse dez meses para se aposentar. Então teria de ter mais quatro meses para que ele pudesse se aposentar. Não vamos ferir o direito de ninguém. Quem está aposentado, não se preocupe. Quem já tem direito adquirido, não se preocupe”, garantiu.

Para o ministro, se a reforma não ocorrer, os brasileiros correm o risco de não ter mais seu benefício todo mês. “O governo vai mostrar que os brasileiros, se nós não mudarmos o sistema, em pouco tempo, entre 2025 e 2030, vai chegar no banco com seu cartão para receber a aposentadoria e não vai existir o dinheiro. É simples. ”

Segundo Padilha, no ano passado o déficit da Previdência ficou em R$ 86 bilhões. Para este ano, a previsão é de R$ 145 a R$ 150 bilhões e, para o ano que vem, a projeção está entre R$ 180 a R$ 200 bilhões.

“Por certo, isso não pode prosseguir. Não haverá condições do orçamento da União resistir. ” Para ele, o processo é lento. “Na questão da Previdência nada pode ser feito com efeitos imediatos porque a sociedade não tem condições de suportar o peso de uma mudança muito brusca. Tem que haver um período de transição para que mude a idade mínima. ”

Conforme o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, a central é contra a proposta. “Nossa proposta é não prejudicar quem está no mercado. ” Para ele, só devem entrar na nova regra os nascidos a partir de 2001, que terão 16 anos em 2017 e podem começar a trabalha.

(Acias)

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