25/04/2017

Mercado reduz estimativa de inflação

Vê ainda alta maior do PIB em 2017

Vê ainda alta maior do PIB em 2017. Expectativa dos economistas de bancos, divulgada nesta segunda (24) pelo Banco Central, é de inflação em 4,04% e alta do PIB de 0,43%. Os economistas do mercado financeiro estimam um comportamento melhor para a inflação neste ano e, também, uma alta maior do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017. As expectativas dos analistas do mercado financeiro foram coletadas pelo Banco Central na semana passada e divulgadas nesta segunda-feira (24) por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus. Mais de cem instituições financeiras foram ouvidas. Para o comportamento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2017, a "inflação oficial" do país, o mercado baixou sua previsão de 4,06% para 4,04%. Foi a sétima redução seguida do indicador.

Com isso, manteve a expectativa de que a inflação deste ano ficará abaixo da meta central, que é de 4,5%. A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e deve ser perseguida pelo Banco Central, que para isso eleva ou reduz a taxa de juros (Selic). A meta central de inflação não é atingida no Brasil desde 2009. Naquele momento, o país ainda sentia os efeitos da crise financeira internacional de forma mais intensa, que acabou se espalhando pelo mundo. Pelo sistema vigente no Brasil, a meta de inflação é considerada formalmente cumprida quando o IPCA fica dentro do intervalo de tolerância também fixado pelo CMN. Para 2017, esse intervalo é de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima do centro da meta. Assim, o BC terá cumprido a meta se o IPCA terminar este ano entre 3% e 6%.

No ano passado, a inflação ficou acima da meta central, mas dentro do intervalo definido pelo CMN. Já em 2015, a meta foi descumprida pelo BC - naquele ano, a inflação superou a barreira dos 10%. Para 2018, a previsão do mercado financeiro para a inflação recuou de 4,39% para 4,32%. O índice está abaixo da meta central de inflação para o período (4,5%) e também do teto de 6% fixado para o ano que vem.

Produto Interno Bruto

Para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2017, o mercado financeiro elevou sua estimativa de crescimento de 0,40% para 0,43%. O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos no país, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira. Em 2016, o PIB brasileiro caiu pelo segundo ano seguido e confirmou a pior recessão da história do país, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para 2018, os economistas das instituições financeiras mantiveram sua estimativa de expansão do PIB estável em 2,50%.

Taxa de juros

O mercado financeiro manteve sua previsão para a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 8,5% ao ano no fechamento de 2017. Ou seja, os analistas continuam estimando novas reduções de juros neste ano. Atualmente, a Selic está em 11,25% ao ano. Para o fechamento de 2018, a estimativa dos economistas dos bancos para a taxa Selic continuou em 8,5% ao ano. Com isso, estimaram que os juros ficarão estáveis no ano que vem. A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. A instituição tem de calibrar os juros para atingir índices pré-determinados pelo sistema de metas de inflação brasileiro. As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços. Entretanto, também prejudicam a economia e geram desemprego.

Câmbio, balança e investimentos

Na edição desta semana do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2017 permaneceu em R$ 3,23. Para o fechamento de 2018, a previsão dos economistas para o dólar recuou de R$ 3,40 para R$ 3,38. A projeção do relatório Focus para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2017 subiu de US$ 52 bilhões para US$ 53 bilhões de resultado positivo. Para o próximo ano, a estimativa dos especialistas do mercado para o superávit ficou estável em US$ 42 bilhões. A projeção do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil em 2017 ficou estável em US$ 75 bilhões. Para 2018, a estimativa dos analistas permaneceu inalterada também em US$ 75 bilhões. 

(Alexandro Martello - G1)

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