Maioria dos gestores já considera ações para contrabalançar o impacto da Covid-19
Equilíbrio do plano e situação financeira pessoal são as maiores preocupações dos participantes.
Cotas dos planos de benefícios negativas, patrocinadores implementando planos de demissão, aumento do número de pedidos de resgates, além de solicitações para não cobrar empréstimos e contribuições são algumas das maiores inquietações reveladas pela pesquisa “Impactos da COVID-19 para a previdência complementar”.
Desenvolvido pela Mercer, líder global de consultoria em carreira, saúde, previdência e investimentos, com o apoio da Abrapp (Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar), o estudo foi realizado neste mês de abril e contou com a participação de 132 gestores de planos de previdência complementar, entre fundos de pensão privados, de estatais e planos PGBL e VGBL.
A pesquisa indica que 82% dos gestores já tomaram alguma medida para reagir ao impacto da pandemia, seja reformular as políticas de investimento, revisar a posição atuarial ou rever a estrutura do plano e suas regras. De acordo com João Morais, líder de previdência e investimentos da Mercer Brasil, uma das prioridades apontadas pela pesquisa passou a ser o monitoramento constante da solvência, liquidez e riscos dos planos de benefícios. “Percebemos que as organizações estão buscando reduzir o risco, mas ainda não está claro onde irão alocar os recursos. Este pode ser um momento defensivo de curto prazo, até porque as aplicações mais conservadoras continuam com taxas de juros muito baixas e, portanto, não são mais tão interessantes para os planos de previdência como horizonte de investimento de longo prazo”.
O levantamento mostra que, do ponto de vista dos participantes dos planos, há uma grande demanda por orientação em temas relativos a investimentos e outras decisões que impactem sua saúde financeira. “Com a maturidade crescente do sistema de previdência complementar, é natural que os participantes dos planos solicitem uma comunicação cada vez mais frequente, transparente e até personalizada a suas dúvidas e necessidades”, afirma Luís Ricardo Marcondes Martins, diretor presidente da Abrapp.
Apesar de todos os transtornos provocados pela COVID-19, a pesquisa sugere que a previdência complementar sairá fortalecida. “Esse momento de crise deve acelerar a implementação de ajustes necessários que já vinham sendo debatidos, como a flexibilização de regras e incentivos para o aumento da poupança no sistema”, conclui Martins.
(Mariana Mouret - Segs)