09/01/2018

IPCA deve encerrar 2017 com incremento de 2,8%

Na quarta-feira, o IBGE divulga o Índice de dezembro

Na quarta-feira, o IBGE divulga o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro. A expectativa da Mapfre Investimentos é de aumento de 0,30% em relação ao mês anterior e que índice tenha encerrado 2017 com um incremento de 2,8% em comparação com 2016 (quando o acumulado foi de 6,29%). Os principais destaques do mês passado foram preços de alimentos, de gasolina e tarifas de energia elétrica.

Ao longo do ano passado, os preços de alimentos apresentaram deflação na maioria dos meses, principalmente por conta da safra recorde. Entretanto, já faz um tempo que o Índice de Preço ao Produtor Agrícola (IPA agrícola) apresenta aumentos consideráveis de preço. Por conta da defasagem de transmissão de preços entre produtores e consumidores, a elevação no nível de preços demorou para chegar aos domicílios. Portanto, para o IPCA de dezembro, espera-se uma reversão dos itens de alimentos, ou seja, pressão inflacionária.

Outro item importante para a definição do IPCA do mês é a tarifa de energia elétrica. Em dezembro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou uma alteração das bandeiras tarifárias, de vermelha patamar 2 para vermelha patamar 1. Isso faz com que a punição por aumento de consumo de energia elétrica residencial caia e, consequentemente, haja pressão deflacionária no mês. Esse mesmo efeito deflacionário se repetirá em de janeiro de 2018, dado que a agência reguladora anunciou a alteração de bandeira de vermelha patamar 1 para bandeira verde. Ou seja, para este mês, a conta de luz dos consumidores estará mais barata, provocando redução das tarifas. Já o preço da gasolina apresentou aumentos significantes em dezembro. Ao longo de 2017, a Petrobras anunciou alterações dos preços de gasolina e diesel praticamente diários, levando em conta os preços internacionais do petróleo.

A expectativa da Mapfre Investimentos é de que 2018 apresente similaridades e diferenças em relação ao que foi observado no ano passado. Itens de preços administrados (regulados pelo governo, como preços de gasolina e tarifas de energia elétrica) tendem a aumentar a pressão inflacionária. Mas ao contrário do observado em 2017, os itens de alimentação provavelmente não serão tão benignos, causando, também, maior impacto inflacionário. Nossa expectativa é que o IPCA em 2018 apresente alta de 4,5% frente ao ano passado, meta central do sistema de metas de inflação.

Gestão - O ano começou com otimismo nos principais mercados internacionais, com menor aversão ao risco por parte dos investidores, fato que impulsionou as bolsas pelo mundo e também refletiu no mercado de moedas. Nos Estados Unidos, após a aprovação da reforma tributária feita por Trump, o país continua divulgando indicadores de atividade econômica que mostram a força de sua economia. Além disso, dados do mercado de trabalho por lá seguem mostrando que o país está com “pleno emprego” e isso se reflete positivamente no humor dos mercados. No mercado de câmbio, o dólar encerrou a semana com desvalorização de 2,03% frente ao real, sendo cotado a R$ 3,2293.

No mercado de renda variável, a bolsa brasileira encerrou na sexta-feira o 10º pregão consecutivo de alta e encerrou a semana com 3,49% de valorização, aos 79.071 pontos. O principal destaque da semana no mercado de ações foi o setor de siderurgia, após as empresas anunciarem aumento dos preços do aço nos primeiros dias do ano. As ações da CSN, Usiminas e Gerdau subiram 13,25%, 10,22% e 8,89%, respectivamente. Já pelo lado negativo, as ações da Eletrobras reagiram negativamente aos rumores do meio político de uma possível rejeição da proposta de privatização da empresa no congresso e se desvalorização cerca de 6% na primeira semana do ano. O mercado de renda fixa local seguiu ao movimento de menor aversão ao risco e registrou forte queda em toda a curva de juros. Nem mesmo a fala de dirigentes da Standard & Poor’s que poderá reavaliar o rating do país este ano foi suficiente para estragar o movimento de otimismo. Com isso, os destaques da semana foram: Jan19 queda de 7,5 pontos; Jan21 queda de 17 pontos; Jan23 queda de 20 pontos; Jan25 queda de 20 pontos 

(Monitor Mercantil)

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