05/01/2016

IPCA-15 de 10,7% lidera em 13 anos

Gastos com alimentos e energia elétrica exerceram as principais pressões de alta dos preços em 2015

Prévia da inflação oficial, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 1,18% em dezembro, divulgou sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado acumulado neste ano, que é medido pelo IPCA Especial (IPCA-E), foi de 10,71%, maior nível desde 2002, quando havia atingido 11,99%. Os gastos com alimentos e energia elétrica exerceram as principais pressões de alta dos preços em 2015.

A taxa de dezembro também foi a maior em 13 anos, uma vez que o índice do mesmo mês de 2002 foi de 3,05%. Em novembro último, o IPCA-15 havia alcançado 0,85%. Como já era observado nos últimos meses, 2015 se confirma como um período de inflação acima da meta traçada pelo governo, de 6,5%. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse, recentemente, que a intenção do governo é fazer o IPCA convergir para o centro da meta em 2017.

Os preços da energia elétrica subiram, em média, 51,76%, representando a principal influência de um serviço ou produto individual para o aumento da inflação em 2015. Com isso, o grupo de despesa com habitação - do qual a conta de luz faz parte - teve o maior reajuste entre os nove grupos de gastos medidos pelo índice, de 18,51%. Já os preços de alimentos e bebidas foram remarcados, também na média, em 12,16% no ano, e os serviços de transporte encareceram 10,27%.

Das 11 regiões pesquisadas pelo IBGE para a composição da inflação oficial, sete apresentaram taxa de dois dígitos. A maior variação foi observada em Curitiba, de 12,46%, sob influência do aumento do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). Em segundo lugar no ranking, aparece Goiânia, com 11,56%, seguida por Porto Alegre (11,32%), Rio de Janeiro (11,05%) e São Paulo (11,02%). Na Grande BH, o indicador subiu 0,79% em dezembro e 9,26% em 2015. No ano, a região metropolitana da capital mineira mostrou a menor inflação no país.

De novembro para dezembro, teve destaque o comportamento dos preços do grupo de transporte, reajustados em 3,41%. A explicação para a alta está nas variações de 2,69% do preço do litro da gasolina e de 36,54% no custo para o consumidor das passagens aéreas. Entre os alimentos, encareceram cebola (26,28%), batata-inglesa (18,13%) e tomate (17,60%).


IGP-M AVANÇA
A segunda prévia de dezembro do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), apurado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), apontou aumento do custo de vida de 0,5%. O resultado é inferior ao registrado no mesmo período do mês passado, quando ficou em 1,45%. Nos últimos 12 meses, o índice acumula alta de 10,55%. O IGP-M é o índice usado para balizar os aumentos da energia elétrica e dos contratos de aluguéis.

Reflexo das variações de preços no setor atacadista, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que compõe o IGP-M, perdeu fôlego, ao variar 0,41%, ante 1,88% na segunda prévia de novembro. No conjunto das commodities, os produtos básicos cotados no mercado internacional, a taxa ficou negativa em 0,51% ante uma alta de 1,01% no mesmo período do mês anterior. Diminuiu, ainda, a intensidade de aumentos dos preços medidos pelo Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), com variação de 0,17%, em lugar de 0,29% anteriormente. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), por sua vez, passou de 0,78% para 0,89%.

(Estado de Minas-19.12)

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