05/08/2016

Extrato do INSS poderá ser visto no celular

Previdência estuda usar novas tecnologias, como reconhecimento facial

Os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) poderão acessar o extrato de pagamento do benefício pelo celular. Desenvolvido pela Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev), o aplicativo, que será disponibilizado nas próximas semanas, também possibilitará aos segurados identificarem, no momento da consulta, qual é a agência da previdência social mais próxima.

Atualmente, os extratos só podem ser consultados por meio de computadores e nas agências bancárias, pelas quais os segurados recebem os benefícios. Entretanto, somente o último contracheque está disponível. Os antigos têm que ser solicitados nas agências. Mas pelo menos 12 funcionalidades estão em desenvolvimento, e a ideia é que até 80% dos serviços prestados pela Previdência possam ser acessados pelo celular. No futuro, até mesmo o requerimento de benefícios deixará de ser presencial.

O lançamento dos serviços faz parte da estratégia de tornar o atendimento prestado pelo INSS mais rápido e seguro, explicou o presidente da autarquia, Leonardo de Melo Gadelha. Ele afirmou que a tendência é a incorporação de novas tecnologias aos processos de concessão de benefícios. “Até o reconhecimento facial é uma alternativa que pode dar mais segurança e evitar fraudes”, destacou.

O uso de biometria combinada, explicou o presidente da Dataprev, Rodrigo Assumpção, é a melhor estratégia para que o país crie uma identidade única para segurados e cidadãos. Para ele, o reconhecimento facial e por meio da íris são as mais interessantes. “Existe tecnologia em que o reconhecimento é feito a um metro de distância, e já há testes para três metros. Os aeroportos norte-americanos e empresas privadas dos Estados Unidos já utilizam isso”, disse.

Fraudadores

Com o início, neste mês, das perícias para revisão dos auxílios-doença e aposentadorias por invalidez concedidas há mais de dois anos, o INSS pretende entrar com ações regressivas contra os fraudadores para reaver os recursos pagos indevidamente. “Em meio a milhares de segurados de boa fé que fazem jus ao benefício, há uma pequena parcela de fraudadores. Nos casos em que for possível identificar quando o pagamento deveria ter cessado, vamos ingressar com ações regressivas”, disse Gadelha.

Em 2015, a Previdência gastou R$ 23,2 bilhões com o pagamento de auxílios-doença. Atualmente, 1,6 milhão de segurados recebem o benefício, dos quais 839 mil há pelo menos 24 meses. No caso de aposentadorias por invalidez, 3 milhões de beneficiários, 93% do total, recebem o seguro há mais de dois anos, e eles também passarão por perícia.

Governo quer reaver R$ 6,3 bi

O INSS espera economizar R$ 6,3 bilhões por ano com as perícias médicas para reavaliar os benefícios pagos por invalidez ou enfermidade. A Medida Provisória nº 739/2016, que determinou as revisões, estabeleceu que, no ato da concessão do auxílio-doença, deve ser fixado um prazo para o pagamento. Quando isso não ocorrer, os segurados terão direito a receber o benefício por até 120 dias, período que pode ser prorrogado em caso de necessidade comprovada.

(Antonio Timóteo - Correio Web)

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