29/11/2021

Educação Financeira: Qual é o melhor investimento para iniciantes?

Investir não é uma fórmula matemática que atende a todos. O melhor investimento para cada um depende de uma série de fatores que só o próprio investidor pode definir.

Diferente do que muitos pensam, para começar a investir, não é preciso ter rios de dinheiro e nem ser um expert no assunto. Para quem quer começar a investir, R$ 1 já é suficiente para abrir o leque de possibilidades dos investimentos.

O educador Reinaldo Domingos, Phd em educação financeira e presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), afirma que o primeiro passo para um investimento assertivo é saber a finalidade para o qual o investimento será feito. Investimentos para comprar carro, casa, realizar algum sonho ou poupar para o futuro são algumas perguntas para se fazer antes de tomar a decisão de qual investimento é o melhor para si, pois podem ajudar a definir outros fatores importantes do investimento.

A segunda coisa a se considerar é o tempo: por quanto tempo a pessoa quer investir nessa finalidade? Quanto tempo quer capitalizar esse dinheiro? E em quanto tempo ela precisará resgatar essa quantia? Segundo Domingos, se o investimento for feito por cerca de seis meses, o mais aconselhável é um título do Tesouro Selic, poupança ou um CDB (certificado de depósito bancário) de curto prazo. “Se o intuito for mais longo, pode-se optar por um CDB, LCI (Letra de Crédito Imobiliário), LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) ou um título do Tesouro Direto de médio prazo”, explica o educador.

Além de avaliar a finalidade e o tempo, deve-se pensar em um terceiro fator: risco. O investidor precisa conciliar a finalidade e tempo do investimento com a análise de quais riscos quer - e pode - correr. Tendo esses três fatores definidos, o investidor pode começar a traçar o rumo de seus investimentos para conseguir alocar seu capital da melhor forma possível.

Quando se investe em renda fixa, poupança, LCD, LCI, LCA, CDB, existe uma maior facilidade de entender quanto esse capital vai render, deixando o investidor mais confortável. No caso da renda variável, como as ações, Domingos explica que o investimento é mais volátil e funciona como um empreendimento.

“Você compra 10 ações de uma empresa, então, você tem que ter em mente que está empreendendo nesta empresa. Se a empresa tombar, ela pode chegar a valer 50% menos, e você perde dinheiro. Do mesmo jeito que a empresa pode valorizar 40% e te pagar dividendos”, explica o educador.

Para os iniciantes, o presidente da Abefin recomenda que se invista de 5% a 10% do total do valor disponível na renda variável.

Não é preciso ser Phd em investimentos para começar a fazê-lo, no entanto, Domingos recomenda que se estude bastante e o professor destaca duas áreas que considera essenciais: educação financeira e investimentos. Ele salienta que aprender sobre educação financeira é importante para todos, pois pode-se analisar sonhos, objetivos e mudar os comportamentos de consumo. “Gastar menos do que se tem, reduzindo os excessos, pode trazer uma economia de 20% a 50% ao mês”, analisa.

É preciso atentar-se ao que se gasta e saber como se gasta. “Se a vontade é ter mais dinheiro para se capitalizar, é preciso reter, guardar, proteger e reduzir o consumo, fazendo uma ação mais econômica: mudar o comportamento financeiro em relação ao dinheiro que entra e sai de casa”, adverte o educador.

Para acompanhar os investimentos, é necessário enxergar a trajetória, ganhos e remunerações, fazendo comparações periódicas, pois assistir os ganhos é importante para ver o quanto está rendendo. “Isso motiva as pessoas a ter prazer em investir”, afirma.

O educador chama a atenção para a importância da reserva de emergência, ou, como ele prefere chamar: reserva financeira. “Essa reserva funciona como a caixa d’água de uma casa. Se faltar água e a caixa estiver cheia, você sobrevive alguns dias, mas se ela estiver vazia, você terá inúmeros problemas”, compara.

Ele ressalta a importância de se ter reservas para curto, médio e longo prazo, para organizar as finanças e driblar possíveis problemas caso um imprevisto venha a acontecer, como a perda de renda ou gastos adicionais.  

(Carla Matsue - Valor)

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