Educação financeira não amplia a poupança
Iniciativas no país, nos últimos anos, têm sido insuficientes
As iniciativas de educação financeira no país nos últimos anos têm sido insuficientes para aumentar a poupança do brasileiro. É o que sugere um levantamento da Anbima, que reune entidades dos mercados financeiro e de capitais.
Apenas um quarto da população economicamente ativa (24%) faz algum tipo de investimento. Entre os que guardam dinheiro, 42% pertencem à classe A. Na classe C, apenas 18% poupam. O instrumento preferido, por todos, é a caderneta de poupança, uma modalidade de eficiência questionável. O estudo confirma diagnóstico feito pelo Banco Mundial, que em 2014 apontava que os poupadores representavam 28% da população brasileira, metade do percentual em outras economias.
No Brasil se guarda menos dinheiro do que em países com renda per capta menor na América do Sul, como Bolívia e Paraguai. Isso indica que é falso o argumento comumente usado de que o brasileiro poupa pouco porque ganha mal, diz Aquiles Mosca, presidente do comitê de educação de investidores da Anbima. Para ele, a falta do hábito de poupar combinada com investir mal o dinheiro é a receita para a insustentabilidade financeira ao longo da vida. "O brasileiro dificilmente vai conquistar a independência na sua aposentadoria", diz.
(Adriana Cotias - Valor)