18/08/2023

Educação Financeira deve ser compartilhada com os filhos, afirma especialista

Patrícia Scatolin, analista de desenvolvimento do cooperativismo da Sicredi UniEstados, revela que quanto antes o tema for desenvolvido, mais chances têm de a criança se tornar um adulto bem-sucedido
“De grão em grão a galinha enche o papo”. Quem diria que esse velho ditado daria origem a um importante tema: a Educação Financeira. Poupar e organizar o dinheiro, está em alta na sociedade atual, e essa afirmação já é notável tanto na internet quanto no dia a dia das pessoas.
A Educação Financeira faz parte da vida de muitas famílias, seja por conteúdos oferecidos nas escolas, livros, programas de TV ou até mesmo por iniciativa própria dos pais. A dúvida que não quer calar é, como organizar uma vida baseada nesse assunto, e colher os frutos de todo esse empenho e organização. Seria possível?
Para esclarecer, a reportagem do Jornal e TV Bom Dia conversou com Patrícia Scatolin, analista de desenvolvimento do cooperativismo da Sicredi UniEstados, que elucidou se é indicado ou não compartilhar o processo com os filhos, formas de conduzir as mais variadas situações que envolvem o assunto, além de dicas valiosas. Vale à pensa conferir!
Bom Dia - Como funciona o projeto de educação financeira da cooperativa?
Patrícia - Temos um programa chamado “Cooperação na Ponta do Lápis”, que é uma forma de enquanto cooperativa apoiar o desenvolvimento das pessoas, não só oferecendo produtos e serviços financeiros, mas compartilhando conhecimentos e informações de como se pode utilizar e administrar o seu dinheiro e recursos de uma maneira inteligente e assertiva, olhando para a sua realidade. Para isso, o programa apoia vários públicos, desde as crianças até os adultos. Quando falamos das crianças vale o reforço para nossa parceria com a Maurício de Souza Produções, que nos garante um material lúdico, divertido e dinâmico para trabalhar. A partir dos seis anos até os 12, desenvolvemos ações para ensinar a origem do dinheiro, como participar do orçamento familiar, e de que maneira colaboramos com as economias de casa, os benefícios, riscos dos investimentos, de uma maneira leve e divertida.
Bom Dia - Qual a importância dessa vivência com as crianças?
Patrícia - Não existe idade para falar de dinheiro. Quanto antes tivermos acesso a essas informações, mais familiarizados estaremos com o conteúdo e mais facilidade teremos em lidar com ele. Uma dica valiosíssima para os pais, é falar sobre dinheiro em casa. Pode parecer difícil, mas vale a pena.
Bom Dia – Qual a melhor forma de colocar essa ideia em prática?
Patrícia – Vamos utilizar um exemplo prático, teve um pedido de compra de um brinquedo ou viagem em família? Chame para uma roda de conversa. Reúna toda a família e faça com que esse momento seja prazeroso, um jantar, um lanche ou antes de assistir um filme. O que queremos? Qual o prazo para alcançar esse objetivo? Quanto custa? Qual a porcentagem de responsabilidade de cada um para que o objetivo seja alcançado? Quando tornamos as demandas conhecidas, damos a oportunidade de todos tomarem consciência sobre aquilo que está acontecendo e compreenderem por que as vezes conseguimos realizar, assim como quando não será possível, naquele momento. Dando a oportunidade de as crianças participarem, tornamos o assunto dinheiro algo compartilhável, para que quando crianças e adolescentes sentirem a necessidade de apoio nesse sentido, saberem a quem recorrer.
Bom Dia – O orçamento mensal deve ser compartilhado com os pequenos?
Patrícia - O orçamento mensal também pode ser compartilhado, os gastos e ganhos de todo o mês. Quem já tem a prática de compartilhar a mesada com as crianças, existe uma responsabilidade maior. Além de ofertar o dinheiro precisa dar a oportunidade de ela saber administrar. Como fazer isso? Uma vez por mês ou semana, chama a criança para conversar sobre o dinheiro. Quanto recebeu, quanto precisa para as despesas fixas e quanto tem disponível para alcançar os desejos. Enquanto o papai e a mamãe estão fazendo os registros das entradas e saídas da casa, a criança também pode anotar o quanto gastou no lanchinho da escola, no fim de semana no parquinho.
Bom Dia – Como tornar esse processo de Educação Financeira, um hábito?
Patrícia: Hábitos construímos ao longo do tempo, assim como um investimento ou boa reserva de emergência, precisamos de tempo, dedicação e constância. Quanto mais tivermos a capacidade de desenvolver isso ainda enquanto crianças, maior a probabilidade de enquanto adultos termos bons hábitos financeiros também. E se já somos adultos e ainda não temos, dá tempo. Aprender sempre é possível, independente do momento de nossas vidas. Por isso, o Sicredi sempre está aqui para ajudar, precisando de informações, tendo interesse em participar de uma de nossas ações de Educação Financeira, sendo associado ou não, é só entrar em contato com as nossas agências e participar. Nosso objetivo é cooperar para uma vida financeira mais sustentável.  (Ragnara Zago - Jornal Bom Dia)

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