13/01/2016

Economistas prevêem novo estouro do teto em 2016

A inflação foi de 10,67% em 2015

Sob pressão de preços administrados pelo governo (como energia elétrica e gasolina) e dos alimentos, a inflação foi de 10,67% em 2015, bem acima do teto da meta do governo, de 6,5% no ano.
Foi a maior escalada do IPCA, índice oficial do país, desde 2002 (12,53%), ano em que o PT venceu sua primeira eleição presidencial, gerando incertezas no mercado e alta do câmbio.

Com o IPCA acima do teto da meta, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, teve que publicar uma carta aberta ao ministro Nelson Barbosa (Fazenda) explicando por que falhou.No texto, O BC voltou a sinalizar que pode voltar a subir a taxa de juros caso o IPCA apresente risco de estourar o teto da meta em 2016, como já é previsto por analistas.

Segundo a Folha apurou, o Banco Central buscou mostrar que, diante de pressões de dentro e de fora do governo, o momento não é de queda dos juros e pode, inclusive, exigir uma retomada da alta da taxa Selic, hoje de 14,25% ao ano.A carta não deixa claro, porém, se um aumento dos juros pode ocorrer na próxima reunião do Copom, nos dias 19 e 20 de janeiro.

No mercado, a expectativa criada pelo próprio BC era que a instituição poderia elevar os juros em 0,50 ponto.
O texto também responsabiliza a política fiscal do governo, que prometeu, no início do ano, fazer um superávit primário de 1,1% do PIB e deve ter encerrado 2015 com um deficit de quase 2%.Os preços estabelecidos pelo governo subiram 18,08% e responderam por 4,2 pontos percentuais do IPCA. São itens como energia (51%), gasolina (20,1%) e ônibus (15,09%), represados no ano eleitoral de 2014.

Como estão na base de custos da economia, geraram uma espiral inflacionária que afetou preços de serviços desde cabeleireiros (9,20%) a creches (15,77), por exemplo.Os alimentos e bebidas também tiveram forte alta (12,03%). O câmbio também pesou, ao encarecer produtos cotados em dólar, como o trigo.

(BRUNO VILLAS BÔAS e VALDO CRUZ -Folha de S.Paulo-09.01)
 

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