15/03/2017

Dólar sobe e encosta em R$ 3,17

Salto de 0,54% da moeda foi puxado por cena política e reunião do BC dos EUA

Salto de 0,54% da moeda foi puxado por cena política e reunião do BC dos EUA. O dólar fechou a terça-feira (14) em alta, encostando no patamar de R$ 3,17, com os investidores à espera do encontro de política monetária do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, quando se espera que as taxas de juros do país sejam elevadas. Do lado doméstico, predominou a expectativa pela lista que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve entregar nesta semana ao STF (Supremo Tribunal Federal) com pedidos de abertura de inquéritos para investigar políticos citados em depoimentos de delatores da Odebrecht.

O dólar avançou 0,54%, a R$ 3,1693 na venda, depois bater R$ 3,1828 na máxima do dia. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,5% no final da tarde. "O processo político doméstico causa alguma apreensão e pode amplificar [a reação do mercado a] alguma decisão diferente do Fed amanhã", afirmou o diretor da mesa de câmbio da corretora Multi-Money, Durval Correa. O mercado acredita amplamente que o banco central norte-americano vai aumentar a taxa de juros pela primeira vez este ano no encontro que termina no dia seguinte. O que gerava expectativa nos investidores era a sinalização que o Fed dará para os próximos passos daqui para a frente.

De modo geral, espera-se três altas de juros este ano pelo Fed e, qualquer sinal de que pode ser mais agressivo no aperto monetário, pode levar a novo ajuste no câmbio. O Fed divulga sua decisão nesta quarta-feira as 15h (horário de Brasília), com entrevista coletiva da chair Janet Yellen em seguida. No exterior, o dólar subia ante uma cesta de moedas influenciado não só pela expectativa pelo Fed como também pelos riscos políticos das eleições holandesas e francesas, além da saída da Grã-Bretanha da UE (União Europeia) pesando sobre as moedas europeias. O dólar também tinha alta ante os pesos chileno e mexicano.

Juros mais altos nos Estados Unidos podem atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em outros mercados financeiros, como o brasileiro. Internamente, o mercado continuou cauteloso por conta da lista de Janot, que pode afetar importantes figuras políticas da base e do próprio governo do presidente Michel Temer. O temor é de que esse cenário possa prejudicar a votação de pautas no Congresso Nacional, como a reforma da Previdência. 

Durante a tarde, notícia veiculada no site da revista Veja de que a lista seria entregue nesta terça-feira ao STF, levou o dólar para a máxima do pregão, juntamente com outra matéria, do Valor PRO, de que o governo já estaria trabalhando com o adiamento da votação da reforma da Previdência. O Banco Central continuou fora do mercado de câmbio, sem anunciar qualquer tipo de intervenção para esta sessão, por enquanto. Ainda havia no mercado expectativa sobre o que o BC fará com os swaps tradicionais que vencem em abril, equivalente a US$ 9,711 bilhões, se fará alguma rolagem ou não. 

(Reuters)

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