Dólar fecha em alta com cautela externa por coronavírus
Nesta terça-feira, a moeda norte-americana subiu 0,60%, cotada a R$ 5,3833.
O dólar fechou em alta nesta terça-feira (6), chegando a bater R$ 5,40, em meio a maior cautela no exterior devido a temores sobre efeitos econômicos de novos bloqueios pontuais em alguns países para conter o aumento de casos de coronavírus.
A moeda norte-americana subiu 0,60%, cotada a R$ 5,3833. Na máxima, chegou a R$ 5,4002, e na mínima a R$ 5,2897.
Na parcial do mês, o dólar tem queda de 1,04%. No ano, porém, acumula alta de 34,25%.
Incerteza domina o mercado
A instabilidade no mercado de câmbio nos últimos dias tem sido associada à perspectiva ainda nublada para a economia brasileira e global.
No exterior, o aumento de casos de coronavírus nos Estados Unidos e as previsões de recessão mais profunda do que era esperado na zona do euro prejudicavam o otimismo em torno de uma recuperação pós-pandemia.
“Ainda que as condições econômico-financeiras globais venham reagindo positivamente aos pesados estímulos fiscais e monetários e às expectativas em relação às candidatas a vacina, é natural que a volatilidade dê o tom dos mercados em alguns dias, como é a tendência para o dia”, afirma o economista-chefe do BMG, Gilmar Alves Lima.
Nesta terça, a Comissão Europeia afirmou que a zona do euro sofrerá contração recorde de 8,7% este ano, avançando 6,1% em 2021, indicando uma recuperação mais fraca para a região.
O receio de surpresas negativas no Brasil em meio à pandemia contribui para manter os investidores na defensiva, o que aumenta o vaivém dos preços e reduz a atratividade do real, destacou a Reuters.
A perspectiva ainda sombria para a economia foi exposta pela pesquisa Focus do Banco Central, cuja mais recente atualização divulgada na véspera mostrou estimativa de contração de 6,50% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Contudo, houve ligeira melhora em relação à taxa de queda 6,54% da semana passada. O mercado espera dólar de R$ 5,20 ao fim de 2020, pela mediana das projeções.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse na véspera que a expectativa da autoridade monetária é que o que chamou de novo equilíbrio entre juro mais baixo e taxa de câmbio mais desvalorizada tende a persistir no país "durante um tempo".
(G1)