12/05/2016

Desemprego na AL passará dos 7% em 2016

Dados são da Cepal e da OIT.

No Brasil, desemprego subiu de 4,8% em 2014 para 6,8% em 2015.O desemprego na América Latina e no Caribe aumentará em 2016 e ficará acima dos 7% devido à deterioração da situação econômica na região, projetaram a Cepal e a OIT em um relatório divulgado nesta quarta-feira (11) em Santiago.

"O processo de contínua melhora dos indicadores trabalhistas que beneficiou a região durante grande parte dos últimos 15 anos foi freado em um contexto macroeconômico global mais desfavorável", assinalaram a secretária executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), Alicia Bárcena, e o diretor regional da Organização Internacional do Trabalho (OIT), José Manuel Salazar, no documento.

O relatório fez um balanço do desempenho dos mercados trabalhistas da América Latina e do Caribe em 2015, ano em que, como consequência da leve recessão econômica, a taxa de desemprego registrou sua primeira alta desde 2009, alcançando os 6,5%, meio ponto a mais do que em 2014.

Segundo as projeções da Cepal e da OIT, o mercado de trabalho da região continuará a se deteriorar este ano, e a taxa de desemprego subirá mais de meio ponto, superando os 7%.

Isto se deve ao delicado contexto econômico, com uma recessão prevista de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB), causada principalmente pelas crises no Brasil e na Venezuela, e ao enfraquecimento de alguns indicadores laborais.

Segundo o relatório, a alta do desemprego ano passado na América Latina e no Caribe esteve acompanhada de uma deterioração da qualidade dos trabalhos, com uma expansão do emprego por conta própria em detrimento do assalariado.

A fraca geração de emprego se traduziu na terceira queda anual consecutiva da taxa de ocupação, o que impactou a renda das famílias e, ao mesmo tempo, teve um papel importante no aumento da pobreza, calculada em 29,2% da população da região em 2015, segundo a Cepal.

Mas os responsáveis pelo relatório advertiram que, no entanto, a deterioração dos indicadores de emprego e de desemprego não é um fenômeno generalizado. Em 2015, só em sete dos 19 países da América Latina e do Caribe a taxa de desemprego aumentou, em nove caiu e em outros três se manteve praticamente estável.

Em geral, nos países da América Central e no México, a evolução do mercado de trabalho foi mais favorável do que na América do Sul, que foi mais afetada pelo impacto do contexto externo em sua atividade econômica e pela inflação.

No Brasil, a taxa de desemprego subiu de 4,8% em 2014 para 6,8% em 2015; no Uruguai de 6,9% para 7,8%, e no Peru de 5,9% para 6,5%.

A Cepal e a OIT concluíram que para melhorar o emprego decente nas áreas rurais é indispensável uma maior modernização e diversificação produtiva, além de melhorias no setor agropecuário.

Os desafios do mercado de trabalho são um dos temas que serão discutidos no 36º período de sessões da Cepal, a reunião mais importante da entidade, realizada a cada dois anos, e que em 2016 acontecerá de 23 a 27 de maio na Cidade do México.

 (EFE/G1)

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