25/02/2016

Desempregados no País chegam a 9,1 milhões

O País alcançou número recorde de desempregados: 9,126 milhões

O País alcançou número recorde de desempregados: 9,126 milhões de pessoas estavam em busca de uma vaga no mercado de trabalho em novembro do ano passado.O total de desocupados saltou 41,5% no trimestre encerrado em novembro na comparação com igual período do ano anterior, segundo os dados da Pesquisa Nacional por A mostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa de desemprego permaneceu no maior patamar da série histórica, iniciada cm 2012, aos 9%. O resultado contraria um movimento sazonal de geração de vagas temporárias nos últimos meses do ano para atender à maior demanda no comércio e nos serviços.

"Foi o pior resultado da série. A expectativa craque fosse muito menor, porque a taxa de desocupação já devia estar cedendo com a aproximação do Fim do ano", disse Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho c Rendimento do IBGE.

A taxa de desemprego registrada no mesmo período do ano anterior dá uma medida da deterioração do mercado de trabalho em apenas um ano: 6,5%. Mais de meio milhão de pessoas perderam o emprego no período. "Os analistas estão bem pessimistas. Nossa previsão é que a taxa de desemprego possa chegar perto de 13% em meados de 2016. A tendência é bem negativa", disse José Márcio Camargo, professor da PUC-Rio c economista-chefe da Opus Investimentos.

A indústria cortou 821 mil vagas ao longo de um ano. O segmento de informação, comunicação e atividades Financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas eliminou outros 668 mil funcionários. "Em 2015, o setor industrial foi o que mais gerou desemprego. Mas o comércio c os serviços devem começar a demitir bastante", previu Camargo.

Informalidade. A fila do desemprego recebeu quase 2,7 milhões de pessoas mais, o que significa que há mais gente atrás de uma ocupação, não apenas os que perderam o trabalho. Se- fundo Azeredo, o maior combustível para o aumento da taxa de desocupação vem da redução no número de postos com carteira assinada e consequente aumento da informalidade. A falta de estabilidade c o trabalho mais precário estimulam outros membros da família a buscarem uma forma de complementar a renda domiciliar.

"A perda de carteira causa essa instabilidade no domicílio. A carteira de trabalho significa plano de saúde, garantia de alimentação para muitos trabalhadores, recolhimento para a Previdência. São garantias", justificou Azeredo.
O País eliminou 1,114 milhão de vagas formais no período de um ano, enquanto o trabalho por conta própria absorveu mais 969 mil pessoas. O fenômeno causou um recuo de 1,3% na renda média do trabalhador. O rendimento médio do empregado com carteira assinada no setor privado foi de RS 1.817, enquanto o trabalhador por conta própria ganhava, em média, R$ 1.425. O emprego com carteira chegou a ter aumento de 0,3% no rendimento em relação ao mesmo período do ano anterior. A renda do trabalho por conta própria, entretanto, recuou 5,5%.
"Se você perdeu o emprego, pega um isopor e vai vender refrigerante na rua. Isso afeta o rendimento do conta própria e também o do comércio", disse Azeredo.

Diante da queda na renda e das demissões, a massa de salários em circulação na economia já diminuiu. A massa de renda real dos trabalhadores encolheu de R$ 172,780 bilhões no trimestre encerrado em novembro de 2014 para R$ 169,896 bilhões no trimestre encerrado em novembro de 2015,0 equivalente a uma redução de 1,7%. 

(O Estado de S.Paulo)

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