17/10/2022

CAMPANHA DE VACINAÇÃO DA POLIOMIELITE É PRORROGADA ATÉ O FINAL DE OUTUBRO

A cobertura vacinal da poliomielite em crianças com menos de 5 anos de idade deveria ser de 95% no Brasil, mas, segundo o Ministério da Saúde, está bem distante dessa meta. A doença estava eliminada do país há anos, mas, atualmente, voltou a apresentar riscos para a população.

Somente no Estado de São Paulo, segundo informações do governo estadual, 8 em 10 municípios estão na lista de alto risco para o retorno da enfermidade. Por isso, a campanha de vacinação contra a polio foi prorrogada até o final deste mês de outubro.

De acordo com o médico infectologista Marcos Boulos, o Brasil inteiro está sob risco de reintrodução da doença: “Começou as pessoas a tomarem cada vez menos vacinas, então a taxa de proteção da comunidade começou a diminuir bastante e, hoje, nós estamos suscetíveis a essa doença, até porque em alguns países, como o Afeganistão, a poliomielite está acontecendo e, como nós estamos recebendo muitos migrantes, existe a chance de voltarmos a ter a doença outra vez”. A Paraíba foi o primeiro a bater a meta da campanha de imunização da poliomielite, também conhecida como “paralisia infantil”. O Estado tem uma cobertura de 95,1% e mais de 235 mil crianças foram vacinadas. O Amapá vem na sequência, com 90,3%. Já os Estados com menor cobertura são Roraima, com 30,5%, e Acre, 30,3%, segundo dados do Ministério da Saúde.

Sintomas Segundo o médico, os sintomas da doença são visíveis e começa com febre, depois a parte muscular é acometida no paciente. “A poliomielite pode migrar para algumas partes musculares que compromete a parte neural e, pode deixar o paciente sem conseguir utilizar mais esse músculo”, diz Boulos. A doença é considerada irreversível quando leva a paralisia de alguma parte do corpo.

Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que novos casos da doença foram registrados em Israel, Afeganistão e Paquistão, onde ela é considerada endêmica. A polio é transmitida por água, fezes, alimentos contaminados e contato com uma pessoa infectada. Para o médico infectologista Renato Kfouri é preciso ter mais cuidado com a doença: “Ao relaxar a cobertura vacinal, ou seja, o número de crianças não vacinadas crescente, faz com que criemos uma situação em que várias suscetíveis gerem uma situação em que a doença pode voltar a circular. Esse é o risco da não vacinação”. E continua: “Prorrogar a campanha de vacinação visa recuperar essa cobertura não atingida, com o intuito de manter o país livre da polio. É preciso homogeneidade, todo o país ter alta cobertura para que a gente continue livre da paralisia infantil”. A vacina é ofertada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde e é a única forma de evitar a doença.  (Agências)

Para melhorar a sua experiência utilizamos cookies essenciais e de acordo com a nossa Política de Privacidade, ao continuar navegando, você declara que concorda com estas condições.