Bolso: Conta de luz está cada vez mais cara
Ministro da Economia questionou esta semana qual seria o problema de a "energia ficar um pouco mais cara porque choveu menos". Alta impacta direta e indiretamente o bolso dos brasileiros, e prejudica retomada econômica.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, questionou esta semana qual seria o problema de a "energia ficar um pouco mais cara porque choveu menos". Na fala, que gerou críticas, ele afirmou ainda que "não adianta ficar chorando", pois a população terá que arcar com o aumento do custo da produção de energia diante da seca que atinge o país.
Quem paga conta de luz todos os meses, no entanto, conhece alguns dos problemas dessa alta: a energia consome uma fatia cada vez maior dos orçamentos domésticos, pressiona outros preços e aperta as contas das famílias. E não deve parar por aí: o governo já sinalizou que as contas de luz devem ficar ainda caras até o final do ano.
O impacto no bolso dos brasileiros é consequência, especialmente da crise hídrica pela qual o Brasil atravessa. O preço da energia elétrica já subiu quase três vezes mais que a inflação ao longo dos primeiros oito meses de 2021, refletindo em aumento disseminado nos preços de diversos produtos e serviços.
Abaixo você confere porque a energia elétrica tem aumentado tanto, qual a relação dela com a inflação, o impacto sobre o bolso dos brasileiros, em especial os mais pobres, e quais as perspectivas de aumento nas contas de luz para o próximos meses.
Energia sobe três vezes mais que a inflação
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial do país, avançou 0,89% na passagem de julho para agosto, enquanto a alta da energia elétrica foi de 5%.
No ano, enquanto o IPCA-15 acumulou alta de 5,81%, a alta acumulada nas contas de luz chegou a 16,07%, quase o triplo do índice geral. Já em 12 meses, a energia elétrica acumulou alta de 20,86%, mais que o dobro da inflação acumulada no período, que foi de 9,3%.
O aumento de 5% na energia elétrica em agosto ainda reflete o reajuste de 52% aplicado em julho sobre a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que passou de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 kWh consumidos.
A bandeira tarifária é um sistema criado em 2015 que aplica uma cobrança adicional nas contas de luz sempre que aumenta o custo da produção da energia no país. Ela ficou suspensa em 2020 ao longo de seis meses, mas foi retomada em dezembro e desde então tem encarecido, cada vez mais a conta de luz dos brasileiros.
(G1)