O Banco Central começou a preparar terreno para o corte da taxa básica de juros (Selic), hoje em 14,25% ao ano. A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada ontem, revelou que os diretores da instituição demonstraram "satisfação" com a perspectiva de desaceleração dos preços - o que, ao menos em tese, abre espaço para juros mais baixos num futuro próximo.

A questão é que, ao condicionar o corte, além da inflação de alimentos e de serviços mais baixa, ao avanço do ajuste fiscal promovido pelo governo Temer, o BC joga parte da responsabilidade sobre a avaliação do Congresso ao programa elaborado pela equipe econômica. O BC não indicou, porém, qual dos três fatores pesará mais na decisão do colegiado. O texto afirma que nenhum dos três fatores listados "constitui condição necessária ou suficiente" para o corte. O recado foi entendido pelo mercado como uma forma de o BC se livrar de possíveis amarras quando decidir reduzir os juros, ainda que a inflação corrente não dê sinais de melhora.  

(Agência Estado)