planejamento para um futuro nem tão distante
Culturalmente, o brasileiro não se preocupa muito com o futuro...
Culturalmente, o brasileiro não se preocupa muito com o futuro. Ainda que se faça mensalmente a contribuição à Previdência. O fato é que quando a aposentadoria chega, o valor recebido por mês leva o indivíduo a mudar de vida (e nunca é para melhor). De acordo com o professor, contabilista e administrador Carlos Afonso, muitas pessoas perdem o padrão de vida quando passam a depender somente da aposentaria do INSS.
Depois de uma vida inteira de contribuições é frustrante saber que, para receber o salário fixado no teto de R$ 5.645,80 (valor atualizado de 2018) -, depende-se de uma série de variáveis, tais como: idade, valor das contribuições e tempo de serviço, de modo que boa parte dos contribuintes recebe uma aposentaria bem inferior ao teto. Segundo a Previdência Social, a cada três aposentados, dois ganham um salário mínimo no valor de R$ 954,00.
Por esse motivo, é importante o brasileiro não contar apenas com o INSS. É recomendável ter um planejamento financeiro para que a terceira idade da vida seja usufruída de forma tranquila e feliz. "Por mais distante que esteja a hora de se aposentar, a ideia é que a pessoa tenha uma renda adicional, como um imóvel alugado, um investimento em ações que gere o pagamento regular de dividendos, poupança, aplicações financeiras e etc. Essa renda deve ser somada aos proventos pagos pela previdência social, e assim permitir que continue vivendo no mesmo padrão de vida atual", alertou o Professor Carlos, que também é autor do livro Organize suas finanças e saia do vermelho.
Ainda, o professor alerta que a terceira fase da vida é a mais cara. Sim, pois o custo com saúde aumenta drasticamente. "É preciso considerar que, inevitavelmente, haverá maiores despesas com convênio médico (que fica mais caro) e remédios. Por isso, que é importante pensar agora em como será a sua vida lá na frente. Pode parecer distante, mas o tempo passa rápido demais", alertou ele. Segundo o SPC Brasil e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 62% dos brasileiros não guardam dinheiro. Um número alarmante diante a atual situação financeira do País. O mais preocupante é que as pessoas, sobretudo os jovens, não sabem como começar a planejar a aposentadoria.
Dicas sobre o planejamento
Quer trabalhar até quando? Parece absurdo pensar nisso, mas é importante fazer essa projeção. Você quer trabalhar até quantos anos? E quando se aposentar, qual valor deseja receber por mês? Qual será a renda ideal para se viver confortavelmente? Trabalhar essas ideias é o primeiro passo para um planejamento eficaz.
Imóveis: uma opção para muitas pessoas é a compra de casa ou apartamentos para serem alugados. Os recebimentos somam-se ao valor recebido pelo INSS. É uma boa opção; mas é preciso ficar atento que, em tempos de crise, se o imóvel estiver desocupado, acarretará despesas significativas ao proprietário, como pagamento de condomínio, IPTU, manutenção etc.
Aplicações: as mais famosas são VGBL - Vida Gerador de Benefícios Livre - e PGBL - Plano Gerador de Benefícios Livre. Segunda a definição da SUSEP - Superintendência de Seguros Privados, o VGBL é considerado um seguro de pessoa, ao passo que o PGBL é um plano de previdência complementar. Das opções, não existe melhor ou pior. Tudo dependerá do momento de vida do investidor. Além disso, nada é imutável, ou seja, o PGBL pode ser interessante em determinado período da vida e determinadas condições, podendo ser que, uma mudança em alguma variável faça com que o VGBL possa ser mais interessante dali por diante. "Fica aqui a oportunidade de aprofundarmos futuramente sobre como funciona e as variáveis de cada uma", ponderou o Professor Carlos.
(Dino - Terra Notícias)