29/12/2016

2017: O ano da sustentabilidade

Em 2017, a preocupação com a sustentabilidade vai estar ainda mais presente nas iniciativas da UniAbrapp

Em 2017, a preocupação com a sustentabilidade vai estar ainda mais presente nas iniciativas da UniAbrapp, disse o seu presidente, Luiz Paulo Brasizza, nas últimas semanas em reuniões da Diretoria e do Conselho da Universidade, referindo-se especialmente aos cursos que serão realizados no ano que está para começar. Brasizza é um conhecedor profundo do assunto, na condição de representante da Abrapp no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBovespa e por ocupar a Presidência do Conselho do Carbon Disclosure Project (CDP), esta última uma organização global de defesa do meio ambiente.

A participação é um sinal claro do muito que a Abrapp e as suas associadas valorizam o ISE. O indicador é uma ferramenta para análise comparativa da performance das empresas listadas na BM&FBovespa sob o aspecto da sustentabilidade corporativa, baseada em critérios de eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa. O mesmo acontece no CDP, organização global que os fundos de pensão brasileiros apoiam há cerca de uma década. O CDP reúne mundialmente investidores institucionais dispostos a usar o seu poder, enquanto fornecedores de recursos, para levar as empresas a reduzir o mais possível o impacto de suas atividades sobre o meio ambiente.

US$ 100 trilhões - Investidores institucionais e gestores associados ao CDP, sediados em mais de 50 países, administram atualmente ao redor de US$ 100 trilhões, um formidável volume de recursos investidos em empresas e projetos sob a condição de que estas sejam ambientalmente responsáveis. É desse ambiente que os fundos de pensão brasileiros participam globalmente, espelhando o seu compromisso e refletindo estas que serão cada vez mais as suas práticas. É a tudo isso que Brasizza se refere quando anuncia o propósito da UniAbrapp de trazer esse universo ainda mais para dentro do que a universidade faz e ensina.

A sustentabilidade é certamente uma preocupação crescente. Uma força-tarefa global, criada para tentar evitar choques de mercado causados pelo aquecimento do planeta, está recomendando às empresas que divulguem a forma como gerenciam os riscos que as mudanças climáticas causam a seus negócios. Elas precisam divulgar também as medidas tomadas para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa. A Força-Tarefa sobre Divulgações Financeiras Relacionadas com o Clima (TCFD), convocada pelo grupo das 20 principais economias (G20) e criada por seu Conselho de Estabilidade Financeira (FSB), apresentou dias atrás o primeiro relatório de recomendações.

A TCFD tem 32 membros, entre grandes bancos, companhias de seguros, empresas de gestão de ativos, fundos de pensão, agências de rating de crédito e consultorias. As recomendações apresentadas às empresas listadas em mercados de capitais, a exemplo do CDP, incluem a identificação, avaliação e gerenciamento dos riscos e oportunidades relacionados ao clima, bem como a comunicação de como os riscos climáticos no curto, médio e longo prazo afetam os negócios, as estratégias e o planejamento financeiro. Elas também abrangem a descrição do impacto potencial sobre as empresas advindos da limitação do aumento da temperatura global a 2 graus Celsius, como determina o acordo climático global que entrou em vigor em novembro deste ano, e como os cortes nas emissões de gases de efeito estufa afetarão os resultados financeiros. 


Risco mal avaliado - Entre a comunidade financeira, crescem as preocupações de que os ativos estejam sendo mal precificados porque a extensão total do risco do clima não está devidamente contabilizada, ameaçando a estabilidade do mercado. De acordo com o Barclays, somente a indústria de combustíveis fósseis poderia perder US$ 34 trilhões em receitas até 2040, já que um acordo global para limitar o aumento da temperatura para bem abaixo de 2 graus Celsius reduz a demanda por petróleo, carvão e gás.

Nos Estados Unidos, a Exxon Mobil Corp. está atualmente sendo investigada pela indução de seus investidores ao erro sobre riscos climáticos aos quais ela está exposta. "Apenas um terço das mil principais empresas dos EUA produzem informações amplamente comparáveis sobre os riscos climáticos que enfrentam", lembrou Mark Carney, presidente do Bank of England. Ele preside o FSB e fez  seu alerta durante o lançamento do relatório com recomendações, objeto de ampla cobertura por parte das agências de notícias. Embora as medidas recomendadas pela TCFD sejam voluntárias, alguns de seus membros argumentam que elas deveriam tornar-se obrigatórias.

( Jorge Wahl )

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