INFORMATIVO RENTABILIDADE - DEZEMBRO 2024

Prezado participante,

O cenário econômico global de 2024 foi marcado por uma desinflação gradual e um desempenho econômico heterogêneo, levando os principais bancos centrais a iniciarem ciclos de corte de juros. Nos EUA, um crescimento moderado do PIB e um mercado de trabalho com sinais de arrefecimento permitiram ao Federal Reserve reduzir as taxas de juros de 5,5% para 4,5%. Em contrapartida, a Área do Euro enfrentou desaceleração econômica, levando o Banco Central Europeu a cortar juros de 4,0% para 3,0%. A China, por sua vez, implementou medidas de estímulo para lidar com uma economia em desaceleração, com cortes de juros, alívio para o setor imobiliário e um pacote fiscal para reestruturar dívidas. A resiliência da economia americana, em comparação com as demais, impulsionou o dólar, um movimento intensificado pelas incertezas da vitória de Donald Trump nos EUA, que tem como cenário base um aumento das tarifas de importação, com foco na China e setores específicos de outros países. 

Em 2024, a política monetária brasileira experimentou uma montanha-russa de ajustes. Após iniciar o ano com cortes na taxa Selic, que chegou a 10,50% em maio, com perspectiva de ir para 8% - o Banco Central interrompeu o ciclo de afrouxamento e, posteriormente, elevou a taxa para 12,25% até o final do ano, em resposta à persistência da inflação e à resiliência da atividade econômica. A inflação, especialmente a de serviços, se manteve acima da meta, com variações mensais expressivas, enquanto a depreciação cambial contribuiu para uma piora nas expectativas de inflação para 2025. A desvalorização do Real foi impulsionada pelo aumento da percepção de risco fiscal e por um cenário externo mais desafiador. Apesar do aperto monetário, o crescimento econômico se mostrou robusto, impulsionado pelo consumo das famílias e um mercado de trabalho resiliente, ambos influenciados pela expansão fiscal e concessões de crédito. Contudo, sinais de desaceleração começaram a surgir no final do ano. Sobre o risco fiscal, o governo propôs um corte de gastos de R$ 72 bilhões para o biênio 2025-2026, mas as medidas foram consideradas insuficientes, indicando a necessidade de ajustes fiscais adicionais para garantir a sustentabilidade das contas públicas. 

O cenário financeiro atual é marcado por uma combinação desafiadora de juros elevados e incertezas fiscais, o que tem exercido um impacto negativo significativo sobre os investimentos e a bolsa de valores. Apesar de as ações apresentarem preços atrativos em termos históricos, a ausência de gatilhos que indiquem uma queda sustentável nas taxas de juros tem desestimulado o apetite dos investidores. Essa conjuntura já desfavorável torna-se ainda mais preocupante ao se considerar a provável desaceleração expressiva no crescimento do PIB em 2025. 

É importante reforçar, que Fundambras, enquanto entidade de previdência complementar, fundamenta suas decisões em uma visão de longo prazo, reconhecendo que momentos de incerteza e volatilidade são inerentes ao mercado financeiro. Nesse contexto, a instabilidade da taxa Selic serve como um claro exemplo da complexidade do cenário econômico atual. No início deste ano, as expectativas apontavam para uma queda da Selic até 8%, mas o ano encerrou com a taxa em 14,25%. Esse movimento surpreendente contrasta com o passado recente, quando o mercado descartava a possibilidade de uma Selic acima de dois dígitos, após atingir uma mínima histórica de 2%. Hoje, inclusive, algumas instituições financeiras já discutem a possibilidade de a taxa atingir 16%. 

Diante desse ambiente desafiador, marcado por intensas variações macroeconômicas e políticas tanto no Brasil quanto no mundo, a criação de proteções (hedges) eficazes para as carteiras tornou-se uma tarefa complexa. A forte oscilação do mercado impactou as carteiras, com a marcação a mercado (clique aqui e entenda o conceito) exercendo pressão sobre os resultados. Em resposta a esses desafios (e oportunidades), ao longo do último ano, implementamos ajustes estratégicos que visam posicionar nosso portfólio de forma mais adequada para alcançar os objetivos do Plano de Previdência no longo prazo. Aumentamos a exposição em Títulos Públicos federais indexados à inflação e em ativos vinculados ao CDI, enquanto zeramos a exposição em Multimercados e no Exterior. Além disso, indexamos a Renda Variável ao Ibovespa. 

No que diz respeito à Renda Variável local, é importante ressaltar que aproximadamente 40% da bolsa brasileira está atrelada a commodities. Essa característica oferece uma proteção natural contra a desvalorização do real, funcionando como um hedge cambial em momentos de instabilidade da moeda nacional. 

Aproveitamos para recomendar a leitura do nosso comunicado “RENTABILIDADE E MOMENTO VOLÁTIL: O QUE POSSO FAZER?”, no qual, além de discutirmos o cenário atual, abordamos como lidar com a volatilidade, especialmente para aqueles com resgates ou portabilidade pendentes.

Se tiver dúvidas em relação ao seu plano de aposentadoria, não hesite em entrar em contato.

Atenciosamente,
Administração Fundambras
 

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