09/05/2019

Previdência lidera despesas

O principal gasto público existente no Brasil é com benefícios previdenciários

As despesas com aposentadorias e pensões são as maiores da América Latina e Caribe. Caso a reforma da Previdência não seja concretizada, o orçamento público será totalmente tomado por esses custeios nas próximas décadas. Segundo projeção do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), até 2065, o Brasil gastará 138% do Orçamento com a Previdência. Ou seja, as despesas com os benefícios sairão dos atuais 16% do Produto Interno Bruto (PIB) para 27,6%. Além disso, com o envelhecimento da população, os custos com saúde terão que aumentar.

A estimativa do BID é de que a alta seja de 5,2 pontos percentuais, o que deverá encolher os investimentos em educação. O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, afirmou que a aplicação de recursos no Brasil é ineficiente porque o país gasta muito com itens que não deveria, como a Previdência, "já que ainda temos uma população jovem". "Não será (jovem daqui a 20 anos), mas ainda é", afirmou Mansueto. "As novas regras (da Previdência) serão debatidas politicamente. Nós temos que ter esse debate de forma muito transparente e aberta para tomar uma decisão correta. O que não pode é as pessoas quererem priorizar ciência e tecnologia, saúde e aumentar investimento público, mas não quererem fazer reforma da Previdência. Essas coisas não conversam", completou o secretário. 

Para ele, a reforma não vai resolver todos os problemas do Brasil, mas é o "primeiro passo" para solucionar várias pendências, como a melhor aplicação de dinheiro público na educação. "Nós temos um país que passa por um processo de envelhecimento tão rápido, e a consequência natural disso é a queda do crescimento. Daqui a 25 anos, se não fizermos uma revolução na educação em cinco, ou 10 anos, o nosso trabalhador, que ainda vai nascer, vai chegar no mercado de trabalho daqui a 25 anos com baixa produtividade. E isso, com redução de população, isso vai impactar fortemente no nosso potencial de desenvolvimento", disse Mansueto. 

Para o vice-presidente de Países do BID, Alexandre Meira Rosas, quando os investimentos na formação de capital humana são retirados no presente, condena a economia para os jovens. "Essa é uma alocação ineficiente, que condena o futuro", declarou. Mansueto Almeida disse que o investimento na educação básica está ligado aos governos estaduais, que estão com restrições orçamentárias e também serão beneficiados com a reforma da Previdência.  

(Correio Web)

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