16/05/2019

Dólar atinge R$ 4. Bolsa cai 0,51%

O mercado voltou a recuar ontem, se descolando do mercado externo

O mercado voltou a recuar ontem, se descolando do mercado externo. Questões internas, como manifestações contra os cortes na educação e recuo da atividade econômica, demonstrada pelo Banco Central, ao anunciar a queda de 0,68% do IBC-Br no primeiro trimestre, derrubaram o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), para 91.623 pontos, com queda de 0,51%. É a menor pontuação desde 3 de janeiro. Já o dólar atingiu a maior cotação desde as eleições presidenciais, em outubro do ano passado. Às 10h, chegou a R$ 4,02, mas acabou fechando a R$ 3,996. 

A divulgação do índice de atividade do BC, considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), ocorreu um dia depois de o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitir no Congresso que as projeções do governo para o crescimento do país serão revistas para 1,5%; e que o país está "no fundo do poço. Com isso, a incerteza dos investidores sobre o Brasil cresceu e nem mesmo a redução da tensão mundial em relação a guerra comercial Estados Unidos e China foi capaz de manter a B3 alinhada com as principais bolsas internacionais que encerraram o pregão em alta. 

Segundo o economista Gil Castello Branco, além do recuo trimestral da atividade, as manifestações contra os cortes da educação, junto com a declaração do ministro da Casa Civil,  Onyx Lorenzoni, sobre contingenciamento ser para o governo guardar dinheiro, foram alguns motivos que afetaram o mercado. "Esse conjunto de fatores reflete no comportamento do dólar e da bolsa porque geram insegurança muito grande aos investidores, principalmente sobre o que virá pela frente", disse. Para ele, o cenário de hoje mostrou que a aprovação da reforma da Previdência será ainda mais difícil. "O dia de hoje foi uma torre de babel", concluiu. 

O desgaste do governo desperta temores de que a tramitação da PEC que trata das mudanças em aposentadorias e pensões seja mais arrastada e resulte na aprovação de uma versão bem diluída da proposta inicial. E sem a perspectiva de ajuste das contas públicas, as expectativas para o crescimento mínguam. Para José Márcio Camargo, economista-chefe da Genial Investimentos, hoje o cenário interno foi mais forte do que o externo. "Há muito ruído acontecendo no Brasil, o que faz os investidores fugirem das ações. É tudo muito volátil", disse.   

(Gabriela Tunes - Correio Web)

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