05/06/2020

BC estima alta de 7,6% do crédito bancário em 2020

Pesquisa aponta ainda inadimplência de 5,9% no crédito para consumo e de 2,3% no habitacional para pessoas físicas.

O Banco Central alterou ontem de 4,8% para 7,6% sua estimativa para o mercado de crédito neste ano. Os números foram divulgados no Relatório de Economia Bancária (REB) e refletem os impactos da pandemia do novo coronavírus.

A projeção de crescimento do crédito livre em 2020 passou de 8,2% para 10,6%. No caso dos recursos direcionados (poupança e BNDES), a projeção foi de zero para alta de 3,5%.
“Em especial, a aceleração de concessões repercute, principalmente, a busca por recursos por parte de empresas em face à redução dos fluxos de caixa”, registrou o BC.

As instituições financeiras esperam que o saldo de crédito para as grandes empresas suba 2,8% em 2020, após retração de 8,5% registrada em 2019. No caso das Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME), a projeção das instituições é de alta de 5% do saldo de crédito este ano, ante elevação de 5,6% em 2019.

Para combater os efeitos econômicos da pandemia nas empresas, o governo lançou três linhas de crédito para pequenas e médias companhias, que enfrentam dificuldades para se financiar e cumprir obrigações como o pagamento da folha de salários.

“Apesar de os efeitos dessa crise ainda não serem visíveis em sua totalidade sobre o mercado de crédito nos primeiros meses de 2020, espera-se impacto significativo ao longo dos próximos meses em virtude da elevação de incertezas nos ambientes externo e doméstico, que se traduzem em menor perspectiva de crescimento econômico e elevação de prêmios de risco”, acrescentou a instituição.

Concentração. As cinco maiores instituições financeiras do Brasil – Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Santander – concentram 80,7% das operações de crédito no País no segmento bancário, conforme dados divulgados ontem. Os números referem-se ao mês de dezembro de 2019. Em 2018, o porcentual era de 82,2%.

Essas cinco instituições concentram 79,2% dos ativos totais e 82,3% dos depósitos. Em 2018, os porcentuais eram de 79,5% e 82,8%, respectivamente.

No relatório, o BC avaliou que os indicadores de concorrência mantiveram “tendência de queda” iniciada em meados de 2017, sinalizando um “ambiente de aumento da competição bancária e redução de custos de crédito e de outros serviços financeiros”.

Já a rentabilidade dos bancos brasileiros subiu no ano passado e o lucro das instituições financeiras bateu novo recorde. O chamado retorno sobre o patrimônio líquido do sistema bancário nacional alcançou 16,5% em dezembro do ano passado, contra 14,8% no fechamento de 2018, e retornou a patamares registrados em 2011.    

(Agência Estado)

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