31/07/2017

Agosto e a Reforma da Previdência

O mês de agosto se inicia amanhã com uma firme e já anunciada disposição do governo federal

O mês de agosto se inicia amanhã com uma firme e já anunciada disposição do governo federal: aprovar a Reforma da Previdência. A oposição se move e diz que os aliados de Temer não têm o número de votos suficientes. Ao que tudo indica, o oitavo mês do ano será decisivo para a questão. 

Polêmica, aliás. Tudo porque a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/16 aumenta a idade exigida para aposentadoria, tanto no INSS quanto no setor público. Para mulheres, passará aos 62 anos. Para os homens, 65 anos. 
A disputa será dura para o governo. Até porque não há apoio popular à medida. O texto necessita do voto favorável de pelo menos 308 deputados, em dois turnos de votação, para ser aprovado. A baixíssima aprovação do presidente Michel Temer (PMDB), somada às denúncias por corrupção, tornarão a vida do governo ainda mais difícil no caso em questão. 

E não era de se esperar algo diferente. Porque, ao que parece, a população é chamada a pagar a conta dos desgovernos sucessivos e da corrupção endêmica na política. Temer é mais um elo em uma cadeia que está, infelizmente, longe de ter fim. Quanto mais a Polícia Federal investiga, mais podridão surge. 

Em entrevista à reportagem da Agência Câmara, o vice-líder do governo, deputado Beto Mansur (PRB-SP) afirmou: "A ideia é aprovar no meio de agosto e início de setembro. Essa reforma é necessária porque o governo teve que aumentar a alíquota de PIS/Cofins sobre os combustíveis exatamente porque a conta não estava fechada. Nós precisamos da reforma para atender fundamentalmente ao trabalhador brasileiro". 

Também à reportagem da Agência Câmara, o presidente da Comissão de Trabalho, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), contrário à proposta, emitiu sua opinião: "Não haverá reforma da Previdência porque o governo não tem votos suficientes para votar porque fez uma proposta sem qualquer parâmetro de razoabilidade para reformar a Previdência. Exige uma idade mínima muito elevada, exige um tempo elevado para ter direito à aposentadoria integral, desconsidera diferença de trabalhador rural e urbano". 

O tema, de interesse de todos os brasileiros, é polêmico. E necessita do acompanhamento atento de toda a sociedade. O futuro está em jogo. E, sem o debate necessário e exaustivo, não haverá avanço em tema tão fundamental. Apenas retrocesso.

(Diário de Pelotas)

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